Com a premissa de que é preciso reinventar novas formas de lutar pelos direitos dos trabalhadores, a Federação dos Trabalhadores em Saúde do RS – FEESSERS entende que o principal é, antes de tudo, a socialização das informações. E, a organização dos Ciclos de Debates sobre as Reformas que saúda a luta ao agregar Viva os Movimentos Sociais, tem o objetivo de despertar entre os líderes sindicais e trabalhadores, a importância do fortalecimento das entidades, único recurso que terão a partir do dia 11 de novembro, quando passa a vigorar as novas regras estabelecidas na Reforma Trabalhista. O segundo ciclo aconteceu na tarde de ontem, 31/08, em Bagé, com os Sindisaúde Bagé e Pelotas na coordenação dos trabalhos e presença do Sindisaúde São Gabriel.
Para ajudar nos debates, a FEESSERS está apresentando um vídeo contando a história do sindicalismo na saúde do Rio Grande do Sul, seguido por um espetáculo do grupo Ritornelo, que fala sobre a construção de um novo país, de forma bem humorada, mas impactante. Por fim, acontece a apresentação dos trabalhos produzidos pelos sindicatos, a partir dos temas sugeridos, que são: 1) jornada flexível de trabalho; 2) quitação de débitos trabalhistas anualmente; 3) flexibilidade sobre intervalo intra-jornada; 4) contrato intermitente ; 5) fim da aposentadoria especial e idade mínima; e, 6) cerceamento ao Direito Processual.
FORTALECIMENTO
Os trabalhadores ainda não se deram conta do tamanho do estrago desta Reforma Trabalhista, avalia o presidente da FEESSERS Milton Kempfer, para o qual “somente com o entendimento de que mais do que nunca precisamos fortalecer os sindicatos ou veremos a patronal esmagando ainda mais as categorias”. Isto porque, diz ele, “que trabalhador terá força para debater sozinho com as chefias as questões salariais ou pontuais de trabalho?”, nenhum reforça o presidente.
SINDICATOS NÃO DEIXAM DE EXISTIR
Ao contrário do que muitos pensam ou estão sendo levados a pensar, a reforma não acaba com os sindicatos, ao contrário, quem pode acabar com seu único ponto de apoio, são os próprios trabalhadores, se optarem pela apatia e afastamento das entidades representativas. Nada foi mexido em relação aos Sindicatos, afirma Milton, observando que todos os trabalhadores poderão exigir a presença do sindicato em momentos de rescisão ou de busca de direitos outros. Se não o fizerem, correrão os riscos de serem demitidos e suas rescisórias serem feitas de forma ilegal e com prejuízos financeiros.
Outro ponto importante ressaltado foi a idéia equivocada de que os sindicatos temem a extinção do pagamento do Imposto Sindical. Isto não é real, tanto a CUT quanto os sindicatos e federações sempre entenderam e lutaram pela extinção do imposto, observando que os trabalhadores devem estar na luta de forma livre e por compreensão da importância destas representatividades.
SINDICALISMO E POLÍTICA
Para a presidente do Sindisaúde Pelotas Bianca D´Carla temos que desmistificar a idéia de que não devemos falar em política, porque se continuarmos a votar sem olhar currículos ou projetos que construíram cada candidato, seguiremos sendo manipulados e reféns de agentes políticos como os que estão no governo federal, congresso e senado dilapidando nossos direitos estabelecidos na Constituição.
INFORMAÇÃO
Anfitriã Elaine da Costa de Oliveira presidente do Sindisaúde Bagé, disse estar preocupada com o nível de desinformação dos trabalhadores, muitos dos quais sequer lêem os materiais que tratam do assunto. Para ela, quantos mais ciclos de debates/seminários pudermos participar e tratar o assunto, maior será a condição de atacarmos esta reforma.
Milton observou que ninguém, nem sindicatos ou patronal sabem como será a aplicação desta reforma, onde já existem inúmeros pedidos de inconstitucionalidade sendo encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. A CLT – Consolidação das Leis de Trabalho precisa ser um livro de bolso para todos, alerta, porque como já alertamos antes, informação é a maior arma que podemos ter em nossas mãos.