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A SAÚDE DO RS VAI PARAR POR INANIÇÃO

A SAÚDE DO RS VAI PARAR POR INANIÇÃO
Não basta lamentar é preciso agir

Seis hospitais, no mínimo, deverão enfrentar a greve dos trabalhadores em saúde na próxima semana, totalizando mais de dois (2) mil funcionários e centenas de famílias. Uruguaiana já está sofrendo com a greve, já que os 700 funcionários paralisaram os serviços de atendimento. A partir de segunda-feira, dia 28, param também os hospitais de Santana do Livramento (400), Tupanciretã (96) e Vera Cruz (100), já Cruz Alta (540) tem assembleia na segunda e Palmeira das Missões (250) está com o salário de outubro em atraso e Soledade e Lagoa Vermelha receberam parte do salário de outubro.

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Saúde do RS – FEESSERS Milton Kempfer, representando mais de 120 mil trabalhadores, a situação está “insustentável e o medo geral, é de que esta seja a ponta da bola de neve, que deverá levar à paralisação de todo o sistema de saúde do estado”.

Os trabalhadores homens e mulheres da saúde, “vêm levando os hospitais nas costas”, independente do próprio sofrimento, mas tudo tem limite, diz Milton indignado. “Quem merece trabalhar dia e noite com salários atrasados, parcelados, sem o recebimento de férias, FGTS, qualquer sinalização de 13º, entre outros direitos desrespeitados” questiona o presidente da Federação. E, ainda segundo ele, enfrentando também o assédio moral das chefias, e a depressão dos muitos problemas que se acumulam.

Esta conta é de toda a sociedade, porque aqueles que buscam atendimento para si ou suas famílias estão à mercê de cidadãos doentes (os trabalhadores), que muitas vezes não conseguem dar conta com serenidade do trabalho que desenvolvem. E, ainda, com o fechamento de hospitais, diariamente anunciados pela patronal, a comunidade atingida terá que se deslocar quilômetros até a cidade mais próxima, se estiver em condições de atender.

“Pessoas vão morrer nas portas das instituições de saúde. Desde 2015 o número de mortes aumentou e vai se agravar, com muito mais mortes” enfatiza Milton, que destaca a falta de repasses do governo SARTORI dos valores devidos para os hospitais, como a linha inicial dos grandes problemas enfrentados atualmente pela população em geral, com destaque para quem “toca o piano”, ou seja, os trabalhadores.

HOSPITAL PSIQUIÁTRICO DE SANTIAGO

“Demorou, mas infelizmente acabou acontecendo, uma tragédia no Hospital de Caridade de Santiago, ontem à noite, dia 24/11”, alertou Milton. Uma mulher de 49 anos tirou a própria vida no começo da noite desta quinta-feira, 24/11, na ala psiquiátrica do Hospital de Santiago onde estava internada desde quarta-feira, 23, quando tentou suicídio ao colocar fogo na residência onde morava em Nova Esperança do Sul. Funcionários do Hospital encontraram Maria de Fátima pendurada com uma calça no pescoço na janela do quarto onde ela estava internada. Houve tentativa de reanimá-la, mas sem sucesso.

Segundo o Blog do Rafael Nemitz (de Santiago), o marido inconformado com o fato, procurou a Polícia Civil para dizer que a esposa estava com depressão em último grau e acusou o hospital de não permitir a presença de acompanhantes no setor, diz que se tivesse sido monitorada por enfermeiros ou médicos, teria evitado o suicídio.

O Sindisaúde Santiago e a FEESSERS têm alertado as direções dos hospitais e autoridades, sobre o risco que pacientes e funcionários estão expostos, devido à forma como esses serviços estão organizados. Os hospitais criaram alas psiquiátricas colocando portas com cadeado, mantendo apenas uma técnica ou técnico de enfermagem, para atender muitas vezes até 20 pacientes que ficam internados, sujeitos a crises depressivas e surtos psicológicos.

Já houve muitos casos de agressões aos funcionários, e o alerta fica também para possíveis agressões com danos sérios à saúde de funcionários, inclusive homicídios, pois, quem está propenso a suicidar-se poderá também matar, finaliza o presidente da FEESSERS.