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Governo do RS deixará de repassar recursos para partos em hospitais de pequeno porte a partir de julho

ntenção é concentrar os procedimentos em hospitais de referência e, segundo o governo, reduzir a taxa de mortalidade entre os bebês. No estado, são realizados 140 mil partos por ano; mais de 7 mil em hospitais pequenos.


Por G1 RS

 

Governo do RS corta verbas para partos em hospitais pequenos

O governo do Rio Grande do Sul vai deixar de repassar recursos a partir de julho para a realização de partos por hospitais de pequeno porte. A intenção é concentrar os procedimentos em hospitais de referência e, segundo o governo, reduzir a taxa de mortalidade entre os bebês. A medida foi assinada em maio pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Segundo dados da SES, são realizados 140 mil partos por ano no estado. No total, mais de 7 mil são em hospitais de pequeno porte. Com a nova resolução, a expectativa é que mais de 3 mil partos do Sistema Único de Saúde (SUS) sejam transferidos para instituições regionais, o que diminuiria a demanda dos pequenos hospitais.

De acordo com a secretaria, ainda está em fase de elaboração uma portaria para definir como serão os repasses aos hospitais que irão fazer os partos.

Em nota, informou que a portaria vai determinar o valor e como os recursos vão ser repassados. Os hospitais de menor porte poderão continuar atendendo, mas sem verba estadual.

 

Em São José do Norte, maternidade foi fechada em 2013

 

Em São José do Norte, no Sul do estado, a falta de recursos fechou em 2013 a maternidade do hospital local. Na época, o investimento para montar uma equipe médica era de R$ 250 mil. No entanto, o hospital, que hoje é administrado pela Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, recebia R$ 200 mil do estado.

Com fechamento da maternidade, todas as gestantes da cidade são encaminhadas para Rio Grande, que serve de referência para outros municípios.

A fisioterapeuta Ariane Specht Malta está grávida de quatro meses e passou a ter acompanhamento médico na cidade vizinha.

“Eu me sinto um pouco frustrada, por que eu sou bem bairrista e eu adoraria que o meu filho nascesse na mesma maternidade que eu nasci. E a minha mãe sempre elogiou muito a maternidade daqui. A gente gasta um pouquinho mais, tanto antes para fazer esse intercâmbio, ter essa ligação com outro doutor de outra cidade, quanto da hora do nenê nascer”.

“Os hospitais estão superlotados. A gestante vai lá para ganhar o seu bebê e não vai ter leito disponível, vai ficar numa maca aguardando”, observa o diretor do Hospital Vera Cruz, Gilson Jaeger.

Em Aceguá, hospital vai manter atendimento mesmo com corte de recursos (Foto: RBS TV/Reprodução)Em Aceguá, hospital vai manter atendimento mesmo com corte de recursos (Foto: RBS TV/Reprodução)Em Aceguá, hospital vai manter atendimento mesmo com corte de recursos (Foto: RBS TV/Reprodução)

 

Em Aceguá, hospital vai manter partos

 

Em Aceguá, na Região da Campanha, mesmo sem o incentivo do estado, o Hospital da Colônia Nova vai manter os partos. Com a resolução, a instituição vai deixar de receber cerca de R$ 50 mil por ano, o que significa um aumento nas contas do hospital. Apenas casos graves serão encaminhados para o Hospital de Bagé, referência na região da campanha.

Hoje o Hospital da Colônia Nova também atende pacientes de outros dois municípios. Há seis anos, a taxa de mortalidade entre bebês é zero em Aceguá.

Na Região Norte do estado, a regionalização vai significar um aumento na demanda dos hospitais de referência. Sete hospitais vão continuar fazendo partos. Em Passo Fundo, o hospital da cidade realiza cerca de 900 partos por ano e a maternidade tem 22 leitos de internação.