Redução da carga horária, valorização e mobilização foram os eixos centrais da 6ª Plenária Pública Sobre Jornada de Trabalho e Saúde do Trabalhador, realizada na tarde do dia 24 de outubro, no município de Sapucaia do Sul.
Andrei Rex, presidente do Sindisaúde do Vale dos Sinos e anfitrião do evento, enfatizou que a luta por melhores condições de trabalho precisa ser conjunta. “Os trabalhadores precisam se unir em prol das conquistas. Que o dia de hoje seja um marco do início de uma exitosa caminhada para implantação das 30 horas”, afirmou na abertura da atividade.
Em sua fala, Emerson Pacheco, secretário geral da Feessers, salientou que a plenária vai além da discussão pela redução da jornada. “Não é só a questão das 30 horas. Estamos aqui para debater sobre os acidentes ocupacionais, os erros acidentais e também para a melhoria do atendimento à população”, afirmou.
Pacheco também ressalvou que Sapucaia do Sul tem a peculiaridade de concentrar um grande número de servidores públicos e que por este motivo, os trabalhadores devem se unir com as entidades sindicais para que a redução da carga horária seja conquistada através da Câmara de Vereadores e da Prefeitura Municipal antes mesmo de ser votada no Congresso Nacional.
Força dos trabalhadores
“Pressão, pressão e mais pressão”. Para Valdirlei Castagna, secretário geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), a categoria só atingirá seus objetivos quando decidir lutar por seus direitos, caso contrário, será muito difícil. “Temos que botar a cara nas ruas, se não tivermos a participação dos trabalhadores fazendo pressão dentro dos postos de trabalho, será complicado”.
Castagna ainda analisou o investimento dos recursos públicos no setor. “Há verbas para a compra de equipamentos, para a ampliação de prédios e para melhoras administrativas. Mas, nunca para investir na mão de obra qualificada e para contratação de novos trabalhadores. Isso tem que mudar”.
Falta de valorização
Representante do Coren-RS, a enfermeira Tatiane Bernardes, explanou sobre a baixa valorização dos trabalhadores da saúde de nível técnico. Citou como exemplo, um Processo Seletivo para a Prefeitura de Canoas, onde médicos e técnicos de enfermagem tem o grau de insalubridade diferenciado. Enquanto os profissionais de ensino superior ganham o adicional de 20% sobre três salários, os técnicos recebem o percentual sobre apenas um. “O risco de se machucar de um técnico é muito maior. É uma falta de respeito. É imoral. Precisamos acabar com isso”, afirmou.
Também compuseram a mesa a procuradora do Sindisaúde do Vale dos Sinos, Patrícia Bruzza Rodrigues e Vanessa Pires do Rosário Zattera, representante da Fundação Hospital Municipal Getúlio Vargas. Além disso, estiveram presentes diretores dos Sindicatos de Caxias do Sul, Ijuí, Lajeado, Pelotas, Santa Rosa, Santana do Livramento, São Borja, Alegrete e Bagé.
Sorteio de brindes
Em função do Dia do Funcionalismo Público, comemorado no dia 28 de outubro, o Sindicato do Vale dos Sinos sorteou brindes aos sócios presentes na atividade. Dez trabalhadores foram contemplados com cartões presentes no valor de R$100.
Graziele Corrêa – Mtb 14.890