Na quarta-feira (17/08), representando a FEESSERS, os diretores da CNTS, Emerson Pacheco, Adilson Luiz Szymanski e Terezinha Perissinotto, participaram em Brasília do seminário sobre exame de suficiência na graduação em enfermagem. O evento, organizado pela CNTS, foi marcado por cobranças na qualidade do ensino e definiu a posição contrária dos dirigentes da entidade em relação ao Projeto de Lei 4.930/2016, proposto pelo Cofen – e apresentado pelo deputado Lúcio Viera Lima (PMDB-BA) -, que prevê a aprovação de técnicos e enfermeiros graduandos no exame como requisito obrigatório, nos mesmos moldes da OAB, para exercer a profissão.
A enfermeira Kênia Lara da Silva, da Associação Brasileira de Enfermagem e membro da Comissão Permanente de Educação, relatou que a situação de desigualdade entre os que são aprovados e os que não são no exame de suficiência é bem grande. “Os aprovados são os que fazem cursos e têm mais tempo para estudar e a maioria são homens. Já os não aprovados são os de baixa renda, que trabalham em mais de um emprego e são mulheres. Segundo a professora, o que tem que ser feito é fiscalizar as faculdades que oferecem os cursos com má qualidade e a proposta precisa ser arquivada.
A professora relatou ainda que a experiência em outros países como os Estados Unidos não foi tão bem aceita. “As competências que são realizadas com os profissionais que realizam o exame, não são as melhores esperadas para o desempenho da profissão desejada, no contexto melhor em saúde”, disse.
Outro ponto apresentado pela enfermeira que, segundo ela, resolveria o problema da falta de qualidade na atuação dos enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem seria a ampliação de postos de trabalho. “Talvez a nossa discussão seja ampliar postos de trabalho para que a gente equilibre mais essa relação entre paciente e enfermeiro em geral. Se a gente for acompanhar a ampliação tem sido muito pequena diante do que é preciso para qualificar o processo da enfermagem. Imagine uma enfermeira cuidando de uma enfermaria com 40 leitos, no mínimo teria que ter umas cinco enfermeiras nesse lugar, mas é a realidade, essa teria que ser a nossa discussão”.
Além da Confederação, a Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn, Associação Nacional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem – ANATEN, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social – CNTSS, Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem – ENEEnf e Federação Nacional dos Enfermeiros – FNE se posicionaram unânimes contra o projeto.