A Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou que a força global do setor da saúde terá um déficit de 12,9 milhões de trabalhadores até 2035. O aviso foi feito no relatório “A Verdade Universal: não há saúde sem uma força de trabalho”, divulgado esta segunda-feira, pela agência da ONU.
Mais de 1,3 mil autoridades de 85 países estão reunidas no 3º Fórum Global sobre Recursos Humanos para a Saúde, que está sendo realizado no Recife, Pernambuco. Elas estão debatendo a Cobertura Universal de Saúde.
Segundo o documento, atualmente, há uma falta de 7,2 milhões de trabalhadores no setor no mundo inteiro. A OMS afirma que se nada for feito pelos governos e autoridades, essa situação vai ter sérias implicações na saúde de bilhões de pessoas em todo o planeta.
Causas
O relatório cita várias causas para a falta de trabalhadores como aposentadoria ou mudança de emprego por melhores salários. Além disso, o documento diz que não há jovens suficientes entrando na profissão ou sendo treinados para trabalhar.
O setor de saúde tem sofrido uma demanda crescente por causa do aumento de doenças como o câncer, derrames e problemas do coração.
Para evitar o problema futuro, o Fórum Global recomenda, entre outros, que os países adotem mecanismos para a participação dos trabalhadores no desenvolvimento e na implementação de políticas para o setor.
O relatório da OMS mostra alguns dados positivos, como por exemplo, o fato de muitos países terem conseguido alcançar o patamar básico de 23 profissionais de saúde para cada 10 mil pessoas.
Ásia e África
Apesar do avanço, o documento cita que 83 países ainda não conseguiram atingir esse nível. A previsão é de que os maiores déficits ocorram na Ásia e na África, principalmente na região subsaariana.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a África Subsaariana tem muitos desafios em relação à educação e ao treinamento dos profissionais. O relatório informa que nos 47 países que formam a região, existem apenas 168 escolas médicas.
Desses países, 11 não têm uma faculdade médica e 24 têm apenas uma. O documento mostra que nas Américas a situação é diferente. Aproximadamente 70% dos países têm trabalhadores suficientes no setor para realizar os serviços básicos de saúde.
Mesmo assim, a diretora da OMS para as Américas, Carissa Etienne, afirmou que esses países ainda enfrentam desafios relacionados à distribuição dos profissionais, ao treinamento e à capacidade.
De Nova York, da Rádio ONU, Edgard Júnior.