O que está por trás dos reajustes dos planos de Saúde ?
IESS – Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, que mede o VCMH – Indice de Variação de Custos Médico-Hospitalares, divulgou em 29 de maio de 2017, que a alta foi de 19,4 % nos últimos 12 meses anteriores a setembro de 2016, sendo a maior variação registrada pelo indicador desde o início da série histórica em 2007, enquanto que o IPCA ficou em 8,5 % no mesmo período. Isso num período de queda no total de beneficiários.
O setor recebeu autorização da Agência Nacional de Saúde –ANS para reajustar as contraprestações dos beneficiários de 13,55 %, que apesar de ser acima da inflação estaria abaixo dos custos, sendo que o setor considera que, ainda assim, põe em risco a sustentabilidade.
As causas apontadas para o VCMH elevado é o sistema de pagamento das operadoras aos prestadores de serviços, comparado a um cheque em branco – conta aberta ou FEE-for-service, absolvendo todos os custos, inclusive desperdícios e falhas assitenciais. Outra causa apontada é a falta de transparência, não podendo ser afirmado que uma remuneração por um determinado serviço é justa, por não ser possível comparar os diferentes prestadores, é o caso dos hospitais.
Finalizando sugerem que o Brasil passe por uma reforma do sistema de saúde suplementar, pois nem consumidores, nem empresas contratantes de planos de saúde tem condições de absolver reajustes de dois dígitos por longos períodos.
Milton Kempfer – Presidente da Federação dos Trabalhadores em Saúde – FEESSERS