O Ministério Público determinou a aplicação multa para o atual diretor /provedor do Hospital de Caridade de Rosário do Sul, Antônio Jorge Barcellos, caso o antigo provedor Paulo Fernandes entre no prédio da instituição. A multa estipulada pelo MP é de R$ 5 mil por dia e, além disso, prisão em caso de desobediência.
Esta é uma triste situação, comenta o diretor da Federação dos Trabalhadores em Saúde do RS – FEESSERS, Emerson Pacheco que vem acompanhando o caso em Rosário do Sul.
O CASO
O Ministério Público investiga o desvio de dinheiro do Hospital de Caridade Nossa Senhora Auxiliadora, de Rosário do Sul e pediu o afastamento do ex-provedor. A situação foi gerada depois da denúncia de que um empréstimo, pedido em nome do hospital público, foi quase todo investido em uma cooperativa de arroz da região.
Ainda segundo a investigação, Paulo Fernandes fez um empréstimo de R$ 749 mil em nome da instituição, com juros subsidiados pelo governo, mas a maior parte do dinheiro foi para a conta de uma cooperativa. “Ele pegou R$ 149 mil e investiu no hospital, e os R$ 600 mil pegos no Banrisul foram para a Coarroz”, disse o promotor de Justiça Lucas Oliveira Machado à época.
O empréstimo foi feito em 2013 quando o provedor do hospital também era integrante da diretoria da Cooperativa Agroindustrial de Rosariense e o presidente da cooperativa era vice-provedor da instituição. “Essa relação facilitou todo o trâmite de dinheiro que era feito sem nenhum contrato, tudo no fio do bigode”, disse o promotor.
O MP ainda investiga se o dinheiro do hospital foi devolvido ou não, mas já sabe que houve prejuízo. A instituição pagava juros de 1,5% ao mês ao banco, enquanto a cooperativa devolvia com correção de apenas 0,6% de juros, em média. “Estamos chocados porque 200 trabalhadores do hospital recebem, em média, com 60 dias de atraso os salários, enquanto o dinheiro está com a iniciativa privada”, comentou o presidente do Sindisaúde de Rosário do Sul, Maurício Santana, no início do processo.
O Hospital de Caridade Nossa Senhora Auxiliadora é o único de Rosário do Sul, tem mais de 100 leitos e 70% dos atendimentos são feitos pelos SUS. Os dirigentes sindicais esperam que a investigação identifique a verade dos fatos e que os trabalhadores que já sofrem com os atrasos salariais constantes, parem de sofrer e pagar a conta dos desvios da saúde, carregando o hospital nas costas