A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa realizou uma audiência pública na manhã dessa quarta-feira (22/05) para tratar sobre “Os Rumos da Administração do Grupo Hospitalar Conceição”, sob a presidência do deputado Adilson Troca (PSDB-RS).
Após a apresentação da denúncia encaminhada à comissão pela Asergh e a apresentação de dados pela superintendência do GHC, os participantes da mesa iniciaram as suas manifestações.
O diretor de finanças da FEESSERS, Carlos Weber dos Santos ressaltou a preocupação da FESSERS em relação à saúde pública do estado, citando como principais problemas a falta de médicos, as infecções hospitalares e a condição dos trabalhadores em saúde.
Para o presidente do SINDISAÚDE-RS, Gilmar França, “defender a saúde pública não é crime, mas passar informação irresponsável é, porque a população, principalmente das classes D e E, se sentiram inseguras em procurar o SUS depois dessa informação da Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição (Asergh), o que reduziu drasticamente os atendimentos.”
Segundo Gilmar, há uma disputa em nome da associação dos funcionários do hospital supervalorizando o episódio da superbactéria. “É um grupo que está disputando a próxima eleição do SINDISAÚDE-RS, mas esteve ao lado da atual direção do GHC na última eleição. Este debate é político. Na hora que estávamos lutando para aprovação dos 12% para Saúde para a emenda parlamentar de R$ 450 milhões para hospitais filantrópicos na AL-RS, este grupo não estava aqui”, falou.
O deputado Pedro Pereira disse que “não se faz saúde sem gestão e dinheiro, e parece que o problema do GHC não é financeiro”, fala essa que foi complementada pelo presidente da Asergh, Arlindo Ritter, observando que “a situação de infecção hospitalar é grave no GHC e o que é feito pela administração é muito pouco para um hospital que dispõe de um orçamento de R$1,2 bilhão”.
Em sua manifestação, o deputado Adão Villaverde (PT-0RS) disse que as informações e números têm que ser tratadas com a maior responsabilidade possível: “nós percebemos hoje que a KPC está, não só no GHC, mas em toda Porto Alegre. Temos que sustentar os números que apresentamos”, afirmou, referindo-se a superbactéria que infectou pessoas dentro da UTI do Hospital Conceição em Porto Alegre. Na ocasião, a direção do GHC informou que 18 pessoas teriam contraído a KPC, já a Asergh apresentou um número bem maior.
De acordo com a representante do Ministério Público Federal (MPF), Suzete Bragagnolo, “o MPF, diante dessa superbactéria, instalou um processo investigativo para acompanhar o caso. A ideia é de colaborar com essa situação grave na saúde, tentando melhorar o serviço no GHC”.
Também compuseram a mesa o superintendente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) Carlos Nery Paes e os deputados Frederico Antunes (PP-RS), Cassiá Carpes (PTB-RS), Gilmar Sossela (PDT-RS), Pedro Pereira (PSDB-RS), Edgar Pretto (PT-RS) e a representante do Ministério Público Federal, Suzete Bragagnolo, e um representante do Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Conrado Gallo – Mpt: 15.267