A importância e os desafios da participação sindical das mulheres para a conquista da autonomia e a garantia dos direitos. O tema animou os integrantes do Curso de Formação Para Integrantes do Comitê de Gênero, Raça e Diversidade Sexual da FESSERS no dia 08 de março.
Em sua palestra, a socióloga Elenice Pastore colocou em debate as motivações que levam os trabalhadoras(es) a buscarem a sua organização em sindicatos. Para ela, são muitas as motivações como as relações de trabalho, a conquista de direitos e melhorias nas condições de trabalho. Também passam pela redução de desigualdades e discriminação e acesso a direitos específicos das mulheres relacionados. “Entre eles, maternidade, creche, licença para cuidar do filho doente, espaço de poder e de conquista de reconhecimento e cidadania”, observa. A socióloga também apresentou o trabalho Mulher Trabalhadora da Saúde: Direitos Sociais e Participação Sindical. Nele, mostrou que as mesmas relações de subordinação e hierarquia existentes na sociedade e no trabalho podem se repetir nos sindicatos. Pediu para os presentes fazer uma relação entre a média de homens e mulheres na categoria de trabalhadoras(es) da saúde e a média nas diretorias dos sindicatos. “Quantas mulheres ocupam o cargo de presidente ou tesouraria”? Relações de Gênero e Trabalho na Área da Saúde Elenice contou que em um estudo realizado em um hospital da cidade de Passo Fundo para seu mestrado, foi identificado que 89,9% do total de trabalhadores das áreas pesquisadas são mulheres; 89,8% na área de enfermagem e 100% na área da nutrição e higienização. “Há uma aceitação natural das mulheres nas áreas da enfermagem, nutrição e higienização, onde as instituições compreendem que determinadas atividades são mais próprias para mulheres”. As habilidades e qualidades femininas, em muitas funções, passam a ser pré-requisito para contratação, sobrepondo-se à sua formação e especialização profissional, caracterizando desigualdade, observa a integrante da Coordenadoria Estadual da Mulher no governo Olívio Dutra. Já os profissionais homens são requisitados para setores considerados mais feminizados alegando: a necessidade de maior força física e para impor respeito nas relações com pacientes e/ou familiares, explicou Elenice. “Constatou-se que existe a predominância de homens nos cargos de chefia e funções mais qualificadas, enquanto que as funções menos qualificadas e menos remuneradas estão sob a responsabilidade das mulheres, evidenciando um processo de precarização do trabalho feminino”, resumiu. Rosa Pitsch (MTb-5015) |
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