Seguindo a luta permanente de falar com todos os deputados federais gaúchos, o presidente da Federação dos Trabalhadores em Saúde do RS – FEESSERS, Milton kempfer e os diretores Carlos Airton Weber dos Santos e Márcio Teixeira Barboza participaram de audiência com o deputado federal Pedro Westphalen (PP/RS). Na pauta, a entrega de um documento da entidade, pedindo o apoio contra a aprovação da Reforma da Previdência em andamento no Congresso Nacional. O deputado alegou inicialmente, que está analisando diferentes ângulos desta reforma, procurando ouvir as categorias, para formar posição. Ao mesmo tempo, cumprimentou a ação da FEESSERS em levantar subsídios para o debate em questão. A conversa aconteceu no escritório do deputado, na Praça Marechal Deodoro, às 16h de hoje, 06/05.
Em seu documento, a federação aponta que a Previdência Social é uma conquista de toda a sociedade e a maior política de distribuição de renda no Brasil e talvez, no mundo. “É graças a ela, que os trabalhadores não ficam desprotegidos em caso de acidente ou doença incapacitadora, garantindo a estas pessoas uma vida com dignidade após os 25 anos de contribuição”, prossegue o documento.
Mas o ponto fundamental da conversa, girou em torno da aposentadoria da categoria da saúde, a qual é representada pela federação e agrega mais de 100 mil trabalhadores no Rio Grande do Sul e no Brasil já ultrapassa os dois milhões de pessoas. Esta é uma categoria com 85% de mulheres atuantes, destacou o presidente Milton Kempfer, lembrando que “estamos falando de uma profissão carregada de estresse; exposta constantemente aos agentes nocivos à saúde; classificada como profissão de risco; sofrendo risco de acidentes ergonômicos diários e esforços repetitivos, sem entrarmos nos detalhes da depressão e do alto índice de suicídios”.
Levando-se em conta esses fatores, diz Milton, o profissional da saúde que hoje se aposenta com 25 anos, passará a trabalhar até os 62 anos, se for mulher e até os 65 anos se for homem. Isto sem qualquer garantia de receber o salário integral, pois ainda dependeria de 40 anos de contribuição. E, se optante pelo sistema de capitalização, o indicativo é de que sequer teria a garantia de se aposentar ou de receber os valores investidos ao longo da vida.
Que existem distorções todos sabemos, afirmaram os diretores, mas também temos dados da OIT, por exemplo, que falam do fracasso das previdências privadas no mundo e dos Tribunais de Conta do estado que alertam para o alto índice de devedores da previdência, que somam trilhões de reais não cobrados ou mesmo fiscalizados. Como sempre, diz Milton, a classe pobre está sendo chamada ao sacrifício e será dizimada em pouco tempo, com a miséria crescente e que já está causando desespero aos cidadãos.