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AUDIÊNCIA PÚBLICA/HOSPITAL CENTENÁRIO 100% SUS E SOB AMEAÇA

Indignado com a situação da saúde no Rio Grande do Sul e mais ainda com a forte ameaça que ronda o Hospital Centenário de São Leopoldo, agora 100% SUS, Milton Kempfer voltou a dizer que em sua opinião não existe falta de dinheiro, mas sim, falta de política pública estadual de súde e por outro lado, uma gestão dedicada a redirecionar custos e serviços, de uma forma mais racional. Presidente da Federação dos Trabalhadores em Saúde do RS – FEESSERS Milton foi enfático em ressaltar que as pessoas dizem que hospital não fecha, mas também diziam que boate não pegava fogo e que barco não afundava. No entanto, disse ele, o que falta é fiscalização rigorosa antes que a tragédia aconteça e, isto não é diferente em relação a gestão hospitalar.

A fala aconteceu durante a Audiência Pública desta tarde, 28/08, que discutiu medidas para ajudar o Hospital Centenário de São Leopoldo, que segundo o prefeito Ary Vanazzi “ou salvam a cidade ou salvam o Centenário”, cujo custo mensal é de R$ 9 milhões e possui uma dívida consolidada de R$ 29 mihões. O evento foi organizado pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Altemir Tortelli, com apoio do deputado Tarcisio Zimermann. Também estavam presentes o presidente do Sindisaúde Vale do Sinos Andrei Rex e o diretor da FEESSERS Carlos Weber.

Ainda em sua fala inflamada, Milton kempfer chamou a responsabilidade do estado, que desde 2015, ao ssumir o governo cortou o pagamento dos incentivos, via decreto, sustando pagamentos de valores não pagos de 2014 e mudando a forma dos contratos, onde voltou a ser tudo baseado na tabela e pela produção. Essa nova forma, que representou retrocesso, além de diminuir os recursos, trouxe novamente instabilidade, pois devido a descontos de não cumprimento de metas, faz com que hospitais que tem custos fixos, em alguns meses, tenham seus repasses desfalcados e não consigam se recuperar.

DESPROPORÇÃO NA FOLHA

Quanto ao Hospital Centenário, Milton apresentou os dados recolhidos do Portal da Transparência da prefeitura, onde destacou os seguintes dados: 782 funcionários, gerando o valor da folha de julho 2017 em R$ 4.542.865,86; maior salário R$ 139.468,48 e o menor salário R$ 883,19. Além disso, registrou que 1,4% dos funcionários ganham acima de 200 mil, num total de R$ 403.927,05 – 8,89%; 12,27% dos funcionários ganham acima de 10 mil, num total de R$ 1.356.608,84 – 29,86% e 86,31% ganham abaixo de 10 mil, num total de R$ 2.782.329,97 – 61,24%. A prefeitura tem 4.201 servidores.

Os números causaram indignação também na Promotora do Ministério Público de São Leopoldo – MPE Alexandra Antônio, que alegou já ter denunciado a prefeitura em diversas vezes, também em gestões anteriores, por falta de cumprimento das metas de repactuação, que passam por reordenação financeira e controle do teto de pagamentos dos funcionários. O prefeito Vanazzi disse que está otimista e que diante do Centenário 100% SUS, estão buscando enxergar o que, de fato, está acontecendo, incluindo a repactuação com os serviços terceirizados, uma tarefa muito difícil”.

TRABALHADORES

Representando os trabalhadores de São Leopoldo e região, o presidente do Sindisaúde Andrei Rex destacou o sofrimento a que os funcionários do Centenário vem sendo submetidos nos últimos anos, inclusive com forte mobilização e greve, para que a gestão anterior efetuasse o pagamento dos salários em atraso.

PORTA ABERTA

Inadmissível pensar no fechamento do Hospital Centenário, atestou o deputado Tarcisio Zimermann que acredita num pacto entre União e Estado, para que aportem o valor, estimado em R$ 3 milhões e estanquem a agonia deste importante centro, conhecido como Porta Aberta, por ser receptor de toda a região (desde acidentes na BR 116 até outros tipos de urgência e emergência).

COMISSÃO

Muitas foram as falas contundentes das autoridades presentes e, ao final o presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente deputado Altemir Tortelli reafirmou a decisão de formar uma comissão com cinco deputados: Tarciso Zimmermann, Nelsinho Metalúrgico, Liziane Bayer, Gerson Borba e o próprio Tortelli. Este grupo vai acompanhar as negociações com a União e Estado em busca de uma solução que não seja paliativa para tirar o Centenário desta grave crise.

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