A CUT-RS, sindicatos e federações promovem nesta quarta-feira (20), às 18h, ato de lançamento da Frente em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), na Sala de Convergência Adão Pretto, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
A decisão foi tomada em reunião ocorrida no último dia 12, na sede da CUT-RS, com a participação de dirigentes de entidades sindicais que representam trabalhadores da Saúde, do presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Zasso Pigatto, o Peixe, do presidente do Conselho Estadual de Saúde, Cláudio Augustin, e da ex-vereadora Jussara Cony (PCdoB).
A iniciativa é uma resposta do movimento sindical ao desmonte da saúde pública e da Seguridade Social garantida pela Constituição de 1988. Com a aprovação da Emenda Constitucional 95, no governo ilegítimo de Michel Temer, em 2016, o orçamento público para investimentos em áreas, como saúde e educação, foi congelado por 20 anos, cujos efeitos já estão sendo visíveis.
Corte de recursos do SUS prejudica atendimento da população
“Estamos preocupados com o corte de recursos do SUS, o que afeta diretamente o atendimento à população, precarizando os serviços e desrespeitando os direitos dos trabalhadores”, afirmou o secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Dary Beck Filho.
Ele denunciou as ameaças de privatização de centros hospitalares conceituados de Porto Alegre, como o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. “Saúde é um direito inalienável da população brasileira e é responsabilidade do Estado assegurá-la. Por isso, não vamos recuar e aceitar calados a perda de direitos”, salientou Dary, que também é diretor do Sindipetro-RS.
Para Augustin, que também é dirigente da CUT-RS e presidente do Sindsepe-RS, “os ataques ocorrem a toda hora. Para termos uma ideia, hoje, boa parte dos hospitais gaúchos não estão atendendo plenamente. Apenas casos de urgência e emergência. Isso acontece porque o Estado está deixando de efetuar o repasse de recursos federais para as Unidades Básicas de Saúde, ocasionando paralisações e greves de trabalhadores”, explicou
Segundo ele, centenas de hospitais estão ameaçados de fechamento, consultas para atender pelo SUS estão sendo canceladas e os salários dos trabalhadores se encontram atrasados. Tudo em decorrência de um projeto de entrega do setor para a iniciativa privada, sob a gerência dos planos de saúde particulares.
Combater o desmonte da Seguridade Social
“O SUS é uma conquista do povo brasileiro, é o maior plano de saúde do mundo e não podemos ficar indiferentes e omissos diante dos ataques dos governos neoliberais de plantão”, aponta o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS, Antonio Güntzel. “Defender o SUS é proteger a vida da população”.
O ato ocorre 48 horas antes do Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, que as centrais sindicais promovem na próxima sexta-feira (22) para defender a aposentadoria e combater a reforma do governo Bolsonaro, que é ainda pior do que a proposta do golpista Temer.
“Temos que unir as lutas da classe trabalhadora e fortalecer a Seguridade Social para impedir retrocessos e melhorar as condições de vida do povo brasileiro”, enfatiza o coordenador do Fórum Sindical de Saúde do Trabalhador (FSST), Alfredo Gonçalves.