HSVP notificado para adequar 190 situações encontradas em 17 conjuntos de setores e atividades; operação desta semana foi a sexta da força-tarefa de adequação das condições de saúde e segurança no trabalho em hospitais gaúchos; audiência designada para 23 de maio oportunizará à empresa celebração de TAC.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) notificou, na manhã desta sexta-feira (7/4), a Associação Hospitalar Beneficente Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), em Passo Fundo, sobre 190 irregularidades encontradas em 17 conjuntos de setores e atividades. A notificação de 20 páginas é resultado de operação realizada, desde terça-feira (4/4), nas dependências do nosocômio. Essa foi a sexta ação da força-tarefa de adequação das condições de saúde e segurança no trabalho em hospitais no Rio Grande do Sul. O Hospital deve adotar providências relacionadas na notificação, sem prejuízo da construção de cronograma de adequações a ser discutido em audiência administrativa designada para 23 de maio, 13h30min. O objetivo da reunião será oportunizar ao HSVP celebração de termo de ajuste de conduta (TAC), evitando imediata ação civil pública (ACP).
Foram encontrados problemas em diversos setores do Hospital, tais como: lavanderia, hospital, central de materiais e esterilização (CME), cozinha e padaria, hemodinâmica, emergência, marcenaria, arquivo, UTIs e internações, geral (todos setores) programas e medidas de proteção de cunho prevencionista, equipamenos de proteção individual (EPIs), capacitações e treinamentos, melhorias ergonômicas, Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA) e investigações de acidentes de trabalho.
Especificamente em relação à saúde dos trabalhadores, foram identificadas falhas na gestão de saúde e segurança dos trabalhadores do Hospital, evidenciadas pela inadequação de medidas de proteção coletiva e individual, pela deficiente investigação e análise de acidentes de trabalho, pela subnotificação de doenças relacionadas ao trabalho, pela inadequação nos programas prevencionistas apresentados, bem como em outras documentações. Além disso, verificou-se déficit nas capacitações e treinamentos dos trabalhadores, além de sobrecarga de trabalho.
Também foram encontradas irregularidades, como a autoclave da Central de Materiais e Esterilização (CME) sem as proteções laterias de segurança, risco de queda e risco ergonômico (no arquivo geral), movimentação de carga com peso acima do recomendado (na cozinha), postos de trabalho inadequados ergonomicamente, trabalho em altura com risco de queda, guincho para elevação de pacientes obstruindo mangueira de incêndio, descarte de materiais contaminados sem luvas e demais equipamentos de proteção individual (EPIs) e em local inadequado, trabalhadora em posição perigosa no preparo de alimentação, monta-carga sem proteção oferecendo risco de acidente grave e ralo de esgoto sem vedação em unidade de cuidados intensivos.
O SINDISAÚDE acompanhou a ação por meio de sua diretora de Finanças, Maria Tedesco.