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RS perdeu 474 leitos do SUS em dois anos devido a dívidas, diz federação

Rio Grande do Sul perdeu 474 leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos dois anos, conforme aponta a Federação das Santas Casas do estado. Segundo a entidade, as 245 instituições filantrópicas gaúchas estão endividadas devido aos atrasos nos repasses feitos pelo governo estadual, como mostra reportagem do RBS Notícias (veja no vídeo).

De acordo com a federação, a dívida do estado com os hospitais soma R$ 200 milhões. “Nós não temos um calendário regular de pagamentos, não temos uma proposta de pagamento dessa dívida e não temos uma garantia da continuidade dos pagamentos destes programas, que são serviços importantes não somente para os hospitais, mas especialmente para toda a população gaúcha”, diz o presidente da federação, André Lagemann.

Devido à situação, 19% das santas casas gaúchas tiveram de reduzir o número de cirurgias eletivas – que não são de urgência ou emergência – realizadas. É o caso do Hospital de Uruguaiana, na Fronteira Oeste. “Na medida em que atendemos 96% pelo SUS, nossa dependência financeira em relação ao estado é superior a 80%”, justifica o diretor do hospital da cidade, Geovane Cravo.

A Santa Casa de Rio Grande, no Sul do estado, reduziu os atendimentos em especialidades como a traumatologia, e tem 188 leitos desocupados, principalmente devido à falta de materiais.

Em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, direção do hospital da cidade disse que teve que fechar 20% dos leitos de UTI. Consultas e exames nas 16 especialidades médicas também foram suspensas.

“O hospital em sua realidade está arriscando a parar por falta de medicamentos, falta de insumos, porque somos um hospital 100% SUS, só recebemos recursos públicos e estamos muito preocupados com a situação da falta de recursos”, disse o diretor da casa de saúde, Carlos da Silveira.

Os moradores, que conhecem as dificuldades, celebram quando conseguem uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Só alegria hoje, no momento, por ter conseguido aqui”, diz o aposentado Paulo Parastchuk, que conseguiu um leito para a irmã. “A gente quer resolver a situação, jamais quer perder um ente querido”, afirmou.